Há 4 anos, Aplicativo Adoção encurta distâncias entre famílias geradas pelo coração

Há quatro anos, a chegada do Aplicativo Adoção trazia luz à problemática das crianças e adolescentes que não se encaixavam no perfil tradicionalmente procurado por pretendentes habilitados no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). Considerados perfis de “difícil colocação”, os rostos destes jovens também não eram vistos pelos possíveis pais e mães, que, num primeiro momento, os conheciam apenas por meio de informações genéricas, sobre idade, raça, sexo, etc. Lançado pelo Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, em parceria com a PUCRS e o Ministério Público, o App trouxe vídeos, fotos, cartas, desenhos, dando forma, cor, movimento, vida e esperança a todos os envolvidos.

O Aplicativo Adoção foi lançado em 10/08/18, em um evento realizado na sede da Fundação Pão dos Pobres, em Porto Alegre, instituição centenária conhecida pelo trabalho realizado com crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente. O App já proporcionou 60 adoções, além de registrar, até o momento, 585 manifestações, 10 aproximações e 32 guardas. Nesta mesma data, no ano passado, eram 20 adoções concretizadas. Atualmente, a ferramenta reúne imagens de 307 jovens e está presente nos aparelhos celulares de 6.645 pretendentes habilitados.

Para o titular da Coordenadoria da Infância e Juventude do RS, Juiz-Corregedor Luís Antônio de Abreu Johnson, o App é um sucesso e está em processo contínuo de aprimoramento. “Isso se expressa nos números de aproximações e de adoções que ele já promoveu. Estamos trabalhando para melhorá-lo, no sentido de modernizar e de ampliar suas funcionalidades, para que ocorram cada vez mais aproximações entre pretendentes habilitados e crianças e adolescentes aptos a adoção”, considera o magistrado, lembrando que a ferramenta foi premiada pelo Senado Federal.

Histórico
Em 2016, o Poder Judiciário lançou a campanha “Deixa o amor te surpreender”, voltada para adoções de difícil colocação – crianças com mais de 9 anos, grupos de irmãos e jovens com deficiência. Até então, eram disponibilizados apenas dados básicos, como as iniciais do nome, idade, sexo, raça, se tinham irmãos ou alguma doença.

O Aplicativo humanizou essa busca. O protótipo foi inicialmente desenvolvido por alunos da PUCRS e, depois, pela Direção de Tecnologia da Informação e Comunicação (DITIC) do Tribunal de Justiça, que realizou ajuste e integração da ferramenta.

Funcionamento
Disponível nas versões android e iOS, o aplicativo pode ser baixado nas lojas (Google Play e Apple Store). Com o App, as famílias que estão no SNA podem conhecer detalhes das crianças e dos adolescentes, que contam, em vídeos, um pouco mais sobre eles.

As informações e imagens estão armazenadas em uma área de acesso restrito, cujo conteúdo estará disponível apenas às pessoas habilitadas à adoção, mediante cadastro e solicitação de acesso, fornecido pelo Poder Judiciário. O público em geral também pode baixar o App, mas só tem acesso a informações básicas sobre adoção, sem identificação dos jovens cadastrados no aplicativo.